As eleições europeias e a política ambiental

As eleições europeias e a política ambiental 


A emergência ambiental deve ser a prioridade da intervenção política na Europa, palco de eleições no final deste mês. 
Impõem-se aos dirigentes políticos pensar em políticas climáticas ambiciosas a ser implementadas urgentemente. 

O que antes se considerava uma urgência é agora uma emergência global, à qual é fundamental responder pelo futuro da própria existência humana.

Uma ambição que passa, em grande medida, por numa primeira fase dirigir os investimentos públicos para uma economia sustentável, pondo fim à economia assente no carbono.

O orçamento da UE deve prever os recursos necessários para a conservação da Natureza, a transição de gestão das pescas para a conservação dos oceanos e a reforma de fundo da Política Agrícola Comum. E ainda para reverter a desflorestação em termos globais e apoiar o controlo de espécies exóticas invasoras e a restauração de ecossistemas.
Considerando que o orçamento da UE deve suportar uma visão integrada de sustentabilidade, que permita contribuir para a implementação dos diferentes compromissos de sustentabilidade assumidos a nível internacional. 

Lamentando o escândalo Dieselgate, que expôs as fragilidades e as falhas dos esforços da UE para reduzir as emissões dos veículos ligeiros e pesados, várias associações como a associação Zero desafiam o próximo Parlamento Europeu a desenvolver uma estratégia que torne a UE “num líder mundial em mobilidade de emissões zero”.

Faz-se um apelo a uma UE mais transparente, democrática e passível de responsabilização.

Por um lado, no acesso à informação de substâncias químicas, a que os cidadãos “estão expostos diariamente” e que devem, num futuro próximo, ser substituídas por “alternativas mais seguras”.

E, por outro, na “interacção com os grupos de interesse”, uma vez que, considera que a “actual tendência traduz a sobrerrepresentação dos interesses empresariais em detrimento” da sociedade.

Para a associação Zero, as “relações comerciais não podem comprometer a sustentabilidade” e, por isso, “os direitos especiais de acesso à arbitragem por parte dos investidores estrangeiros devem ser excluídos de todos os acordos comerciais”.

A Europa necessita urgentemente de novas políticas económicas que promovam o bem-estar para todos os cidadãos e respeitem os limites dos ecossistemas do planeta que sustentam a vida e, em última instância, as próprias actividades económicas.

A documento com as propostas da ZERO, partilhadas pelas outras organizações ambientalistas congéneres da Europa, foi enviado a todos os partidos para ser distribuído aos respetivos candidatos às eleições europeias, sendo os 10 grandes desafios estratégicos da UE os seguintes:

  1. Liderar a luta global contra as alterações climáticas.
  2. Tornar os ecossistemas saudáveis e valorizados.
  3. Ar limpo para todos.
  4. Liderar a nível global a mobilidade sustentável.
  5. Articular o orçamento europeu com os principais desafios ambientais.
  6. Desintoxicar a UE.
  7. Ser líder mundial no fomento da economia circular.
  8. Ser mais transparente, democrática e passível de responsabilização.
  9. Os acordos comerciais da UE com os seus parceiros devem contribuir para a sustentabilidade e não refletir apenas os interesses das grandes empresas.
  10. As políticas económicas devem respeitar os limites dos ecossistemas.

Porque na mudança de comportamentos está a resposta para um planeta sustentável, urge implementar medidas para uma nova Europa. 


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